Grandes heróis, especialmente na literatura ou na mitologia, são exemplos para nós, formas idealizadas do ser humano, capazes de vencerem as adversidades naturais ou causadas por outros seres humanos, sobrepujando suas limitações.
Mas é sintomático que transformemos heróis históricos, que tinham suas partes 'podres' (ou meramente humanas), em seres idealizados também: poços de virtude e de insuperável auto-confiança.
Isso a meu ver, lhes tira a real utilidade como exemplos pois os 'desumaniza', subtraindo o inerente vínculo com a nossa própria humanidade.
O verdadeiro herói é aquele sabe lidar com a diversidade de fatos e situações que lhe aparecem no seu dia-a-dia, alguns bons e outros (muitos) não tão bons. E entenda-se aqui bom ou mau, não como valores absolutos, universais, mas antes como referenciais pessoais, inconstantes e mesmo incongruentes mas mais profundos do que o prazer/desprazer.
Bom é, por exemplo, comer uma refeição e se sentir nutricionalmente satisfeito, e feliz por tela compartilhado, ou não, com outras pessoas.
Ruim é comer uma refeição (eventualmente a mesma do exemplo anterior), muito sonhada, mas em proporção exagerada em calorias e/ou preço, ou ainda, em má companhia, causando-lhe sensações ou sentimentos desconfortáveis durante e após.
O herói é aquele que interiormente sempre vive a primeira experiência porque lidou com os fatos que tanto poderiam criar uma ou outra situação, transformando as circunstâncias, se possível, ou aceitando-as como realidade transitória que são.
Se isto parece muito Zen, é seguramente influência da minha leitura das obras de Eckhart Tolle, que mal disfarça que sua grande fonte é o Budismo ainda que mesclado com as demais tradições religiosas.
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